O que é planejamento de necessidades de material (MRP)?

MRP é a função ou o software que calcula o planejamento de aquisição de materiais necessários para atender aos planos de produção e à demanda do cliente.

Visão geral do planejamento de necessidades de material (MRP)

Quando lançado na década de 1960, o planejamento de necessidades de material (MRP) fez muito sucesso e promoveu a adoção generalizada de software empresarial e dos computadores necessários para executá-lo. Centenas de milhares de empresas do mundo inteiro e de todos os portes correram para implementar o MRP. Na expansão após a Segunda Guerra Mundial, um software que simplificasse a produção era muito atraente, pois, em geral, o ganho de eficiência trazia um grande retorno. Com o auxílio dos cálculos computadorizados do software, os fabricantes poderiam aumentar a velocidade da produção, oferecer uma variedade maior de produtos e reduzir o custo, estimando com mais precisão a necessidade de material.

 

No ambiente atual de negócios hipercompetitivo, é indiscutível que a eficiência da produção é ainda mais necessária. Não surpreende que os modernos sistemas de planejamento de recursos sejam muito mais sofisticados do que os pacotes de software baseados em MRP. Agora, em vários setores, empresas de todos os portes dependem de sistemas baseados em MRP para atender à demanda dos clientes, controlar estoques, facilitar a gestão da cadeia de suprimentos, reduzir custos e reagir às mudanças do mercado, incluindo desastres naturais e disrupções na cadeia de suprimentos.

Definição de MRP

O MRP é um sistema projetado para planejar a produção. Ele identifica o material necessário, estima a quantidade, determina a necessidade de materiais para cumprir o cronograma de produção e gerencia o cronograma de entrega – com o objetivo de atender à demanda e melhorar a produtividade geral.

MRP vs. ERP

Pode-se dizer que o planejamento de recursos empresariais (ERP) descende diretamente do MRP ou que o MRP é um componente do ERP – as duas afirmativas são corretas.

 

Para explicar, vejamos a história. Depois da sua implementação, a evolução seguinte do MRP envolveu a integração de seus módulos originais – vendas, estoque, compras, lista de materiais e controle da produção – e sua combinação com funções financeiras e contábeis. A nova suíte formada foi chamada de MRP II. A suíte de software continuou a crescer, expandindo com novos recursos. Por fim, para descrever a funcionalidade ampliada, foi criado o termo ERP – ou software de planejamento de recursos empresariais.

 

Atualmente, a função de planejamento abrange muito mais do que os materiais. No entanto, mesmo as versões mais recentes dos sistemas ERP evoluíram a partir dos sistemas MRP originais. E em todo ERP, o princípio original do MRP está intacto: identificar o que, quanto e quando é necessário.

 

Por outro lado, como o software ERP tem muito mais funcionalidades do que o MRP, o segundo argumento tem justificativas igualmente fortes: de fato, o MRP é apenas uma parte do software de planejamento de recursos empresariais.

 

Atualmente, os sistemas ERP são integrados às ferramentas MRP para aumentar a eficiência dos processos de produção. Com a integração do ERP, os fabricantes podem simplificar as operações, garantindo que dados essenciais fluam entre a programação da produção, a gestão de estoques e as operações da cadeia de suprimentos. As modernas soluções de Cloud ERP oferecem plataformas escaláveis e flexíveis que dão suporte a funções analíticas de dados e tomada de decisões em tempo real, permitindo que os fabricantes reajam rapidamente às mudanças do mercado e otimizem a eficiência da produção. Essa integração é vital para manter uma vantagem competitiva nos setores produtivos acelerados de hoje.

 

Benefícios do sistema MRP

As empresas que produzem bens necessitam de um sistema MRP porque seu sucesso depende fortemente do planejamento preciso de materiais, produção e gestão de estoques. Embora o planejamento de materiais pareça simples para empresas com baixos volumes, produtos limitados e menos componentes, a complexidade aumenta com a crescente complexidade do produto e dos volumes de produção. Os sistemas MRP eficazes fornecem as ferramentas necessárias para prever e planejar materiais e componentes, que são essenciais para gerenciar programações de produção e manter níveis de estoque suficientes.

 

Em ambientes em que a produção demanda cálculos intrincados, a capacidade de gerar insights práticos em tempo real é uma vantagem competitiva. As empresas devem otimizar e automatizar processos manuais anteriores para aumentar a eficiência operacional e a rentabilidade. O uso de sistemas desconectados que dependem de intervenção manual pode levar a erros dispendiosos, atrasos e insatisfação do cliente.

 

Além disso, o estoque normalmente representa um custo significativo na produção e é um fator crucial na rentabilidade. Sem um sistema MRP robusto, as empresas têm dificuldade de gerenciar o estoque com eficiência, equilibrando os custos do excesso de estoque com os riscos de falta de estoque que interrompem a produção, atrasam as remessas e deterioram o atendimento ao cliente. Portanto, um sistema MRP é essencial para garantir que os fabricantes tenham a quantidade certa de estoque no momento certo, otimizando custos e níveis de serviço.

 

Quem usa sistemas de MRP?

Embora a tendência seja pensar no MRP como uma função exclusiva dos fabricantes, é importante entender que o termo "fabricante" pode ser bem amplo. No sentido do MRP, fabricante é qualquer organização que adquire materiais ou componentes e os transforma de alguma forma para produzir um item diferente a ser vendido aos clientes. Isso pode incluir:

  • Armazéns que embalam produtos ou montam “kits” ou combinações de itens para revenda como unidade

  • Armazéns que montam configurações personalizadas sob encomenda (armazenando unidades principais e complementos opcionais e, em seguida, montando o produto personalizado para remessa)

  • Prestadores de serviços que montam pacotes de documentação, dispositivos, bens de consumo ou outros itens físicos, fornecidos a clientes/consumidores/pacientes

  • Gestão de hospitais e prédios comerciais, governamentais e residenciais – para administrar suprimentos e equipamentos com base na previsão de uso

  • Restaurantes que usam uma forma de MRP para gerenciar o estoque e o reabastecimento de ingredientes e suprimentos

Como o MRP funciona?

O MRP moderno é um sistema de loop fechado e totalmente integrado que engloba toda a empresa. Ele monitora todas as atividades e interage continuamente com os sistemas de planejamento e programação para manter tudo em dia e ajudar a empresa a focar no cumprimento das expectativas e promessas feitas aos clientes.

 

As principais etapas do processo de MRP são:

  1. Definir com precisão o que deve ser produzido. A engenharia é responsável por criar e administrar a lista técnica (LT) de todos os produtos finais e montagens intermediárias. Também denominada estrutura de produto, a lista técnica é um modelo hierárquico exato do que compõe cada unidade. Por exemplo, o produto final pode ter muitos subconjuntos, cada um com dois ou mais componentes e cada componente pode ter uma lista de peças. A lista técnica descreve a ordem em que o material deve ser organizado, quais peças dependem de outras e quantas de cada uma serão necessárias.
  2. Quantificar a demanda. O sistema calcula a quantidade e o prazo necessários para os produtos finais atenderem à demanda. O cálculo se baseia nas previsões e nos pedidos do departamento de vendas, menos o estoque previsto. Os verdadeiros fabricantes sob encomenda vão se concentrar principalmente nos pedidos dos clientes. Empresas que produzem estoque enfatizam as previsões, enquanto outras usam uma combinação de pedidos e previsões para planejar a produção futura. Essas informações alimentam o cronograma principal de produção (MPS), que é o acordo entre todos os stakeholders sobre o que será produzido – como capacidade, estoque e rentabilidade.
  3. Determinar o fornecimento. Com a lista técnica e o MPS de todos os produtos, o MRP calculará passo a passo as montagens, os componentes e os materiais que devem ser produzidos ou comprados no período de planejamento. Em seguida, ele verifica a quantidade necessária em relação ao estoque disponível, chamada compensação, para identificar a escassez de cada componente. Com parâmetros predefinidos, como tamanho do lote, o MRP determina a quantidade adequada de "fabricação ou compra" para cada item. Por fim, calcula a data inicial adequada para a aquisição, utilizando o prazo de compra ou produção, conforme o caso, e envia essas informações para o departamento de compras ou para o controle da produção.

Veja como é o fluxo do processo de MRP:

Diagrama do processo de MRP

Planejamento da capacidade com o MRP

O planejamento tradicional do MRP calcula a necessidade de material (produção e pedidos de compra) usando o chamado modelo de "capacidade infinita" ou "sem restrições", que lida apenas com os materiais e ignora os problemas ou restrições de capacidade.

 

No entanto, algumas empresas têm capacidades limitadas que restringem a produtividade e, portanto, precisam usar o modelo de “capacidade finita”, que leva em conta essa limitação no desenvolvimento do cronograma. Os exemplos de restrições à capacidade incluem os recursos de produção, como fornos ou linhas de pintura, a ferramentaria ou os técnicos especialmente treinados.

 

No MRP tradicional, é preciso validar o plano de material em relação à capacidade com uma ferramenta separada de planejamento de capacidade. Este processo iterativo em duas etapas pode ser demorado. Embora seja uma solução viável e represente um grande avanço para o planejamento da produção, o novo software chamado planejamento e programação avançados ou sistema de planejamento avançado (APS) otimiza os materiais e a capacidade, enquanto também cria um plano baseado em restrições.

Planejamento da produção com o MRP

O planejamento da produção é o processo de organizar os elementos de produção para garantir que os produtos sejam desenvolvidos de maneira eficiente e eficaz. Os fabricantes podem usar o MRP para otimizar suas operações por meio do gerenciamento do procurement de material, previsão da demanda e programação da produção. Os sistemas MRP integram dados sobre níveis de estoque, capacidade de produção e tempos de processamento de material, fornecendo um plano detalhado para o que precisa ser produzido e quando, para minimizar custos e maximizar a eficiência.

 

O MRP permite que as empresas alinhem os cronogramas de produção com os pedidos do cliente, garantindo a alocação ideal de recursos e evitando produção excessiva ou escassez. Essa sincronização aumenta a produtividade e a competitividade em mercados dinâmicos. Além disso, o MRP melhora o processo decisório com atualizações em tempo real e relatórios detalhados, permitindo que os gerentes respondam rapidamente às mudanças do mercado e possíveis disrupções, mantendo assim a melhoria contínua nas operações e na satisfação do cliente.

Software de MRP legado vs. moderno

Há muitos benefícios em um moderno sistema de MRP quando comparado ao MRP legado. Eis algumas diferenças importantes:

Recurso
MRP legado
MRP moderno
Modelos de planejamento combinados
O MRP e o planejamento de capacidade são sistemas separados que precisam ser conciliados manualmente.
Um sistema moderno combina planejamento baseado em restrições e sem restrições no mesmo sistema, reduzindo o tempo de processamento e os erros.
Velocidade de execução do MRP
Em geral, as soluções MRP legadas armazenam os dados em linhas em um disco rígido. Na execução lógica, todos os registros necessários para vendas, compras, estoque e lista técnica, são lidos a partir do disco para serem processados. A execução do MRP é demorada e consome muitos recursos; por isso, é feita fora do horário de expediente ou durante a noite.
A solução moderna oferece um sistema in-memory de armazenamento baseado em colunas, por meio do qual a lógica e todos os registros são executados com mais rapidez. Em um ambiente dinâmico, é possível haver várias execuções do MRP ao longo do dia.
Interface do usuário
Os sistemas legados fornecem relatórios detalhados para que os planejadores tomem decisões.
Os sistemas mais recentes têm uma apresentação visual em tela colorida e uma interface de usuário baseada em funções que ajuda a apresentar os dados e melhorar o processo decisório.
Soluções "inteligentes"
Os sistemas MRP mais antigos fazem um bom trabalho de planejamento da necessidade de material para as operações internas.
O MRP moderno oferece valor além do planejamento tradicional. Por exemplo, ele pode reduzir o custo de expedição ao consolidar o transporte dos vários pedidos de um único fornecedor.
 
 
 

Nova tecnologia de MRP

Como no passado, os fornecedores de software MRP atuais aproveitam a nova tecnologia e aprimoram seus produtos para oferecer mais recursos aos usuários. No alto da lista de prioridades está a aplicação de Machine Learning e inteligência artificial (IA) em processos de planejamento avançado para permitir que os sistemas desenvolvam planos e programações ainda melhores. Os sistemas de planejamento habilitados para Machine Learning monitoram continuamente as condições e atividades para desenvolver modelos mais precisos de causa e efeito e tornar suas recomendações futuras mais abrangentes, precisas e eficazes.

 

Outra inovação importante é a Internet das Coisas Industrial (IIoT), também conhecida como Indústria 4.0. IIoT é o nome geral da proliferação de sensores e dispositivos financeiramente viáveis, inteligentes e conectados usados para monitorar e controlar praticamente tudo na cadeia de suprimentos. A IIoT produz grande volume de dados para os sistemas de planejamento que alimentam a IA generativa e os mecanismos de Machine Learning.

 

Embora não seja nova, a implementação na nuvem continua a acrescentar recursos aos sistemas MRP, com ferramentas de colaboração fundamentais para o estilo de trabalho atual. A nuvem também oferece mais segurança, mais disponibilidade e sistemas mais confiáveis e sustentáveis, com back-up disciplinado, failover e recuperação de desastres. Por fim, os bancos de dados in-memory fornecem velocidade e desempenho sem precedentes aos sistemas MRP, com tempo de resposta significativamente menor.

 

Olhando para o futuro, a inovação contínua permanece essencial para os fabricantes se manterem competitivos. Um percentual significativo de 87% observa os benefícios da IA no aprimoramento de produtos e processos operacionais. A produção inteligente define o futuro com práticas ágeis no planejamento da produção e logística, juntamente com o uso de dados em tempo real e funções analíticas preditivas. Essas tecnologias são fundamentais para previsões precisas de demanda, identificação de ineficiência e redução de resíduos e emissões, simplificando as operações e promovendo sustentabilidade e eficiência de custos.

O MRP de hoje

Qualquer visão geral do MRP é como a foto de um organismo vivo. Em mais de meio século de crescimento e desenvolvimento, o MRP progrediu de um cálculo relativamente simples e direto a um sistema abrangente, inteligente e vital de suporte a decisões. Ele oferece planejamento e gerenciamento eficazes, eficientes e responsivos a qualquer organização que transforme componentes em produtos para atender a demanda dos clientes.

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Perguntas frequentes sobre o MRP

O MRP é a função ou módulo de software que calcula os planos de aquisição de material – ordens de compra e produção – necessários para atender aos planos de produção e à demanda do cliente. Quando combinado a aplicativos de apoio, como engenharia, estoque, compras e controle de produção, a suíte de software é denominada planejamento de recursos de produção ou MRP II. Em meados da década de 1990, o MRP II passou a se chamar planejamento de recursos empresariais (ERP) para refletir o maior alcance e distinguir as versões mais capazes e recentes das anteriores, mais limitadas. O nome ERP ainda domina, embora alguns usem o termo mais geral de "sistemas empresariais".

A função ou módulo original do MRP é o cálculo da necessidade de material. Quando combinada com aplicativos de apoio, como pedidos do cliente, estoque, engenharia, compras, controle de produção, finanças e contabilidade, a suíte é denominada planejamento de recursos de produção ou MRP II. O MRP foi e continua sendo a abordagem de planejamento central de quase todos os sistemas modernos de informações de produção.

O MRP é a função ou módulo de software que calcula a necessidade de material e recomenda a atividade (ordens) de produção e compra para atender à demanda. O planejamento de MRP é o processo de executar esses cálculos para desenvolver um plano. O MRP é uma parte fundamental de quase todos os sistemas integrados de gestão de informações para fabricantes, o chamado planejamento de recursos empresariais, ou ERP.

A programação mestre, ou mais adequadamente, o plano mestre de produção (MPS), é um plano para produtos vendáveis que contém a quantidade de produção planejada, a data de início e a data de entrega. O plano mestre representa a atividade necessária da produção para atender à demanda líquida. A demanda líquida são os pedidos dos clientes, as previsões ou uma combinação dos dois menos o estoque disponível.

O MRP baseado na demanda (DDMRP) é uma variação do planejamento de necessidades de material. Ele incorpora elementos da Teoria das Restrições (TdC), do Kanban (JIT e Sistema de Produção Toyota) e de outras ideias modernas de gestão da produção para melhorar o planejamento da distribuição. O DDMRP se concentra em provocar o reabastecimento de materiais na rede usando os níveis do buffer de estoque, reabastecendo-os quando estiverem abaixo da meta definida.

O MRP preditivo (pMRP) é uma ampliação da solução DDMRP que ajuda a prever problemas de ocupação da capacidade. Ele permite que o planejador avalie possíveis cenários no início da fase de planejamento. Essa análise dos problemas de capacidade ajuda a decisão final de fazer ou comprar o produto ou os materiais.

O planejamento da cadeia de suprimentos é um termo geral que inclui toda a atividade de planejamento necessária para criar a quantidade certa do produto certo, no momento exato para atender à demanda. O planejamento dos suprimentos inclui a programação mestre, o MRP, o planejamento de recursos, o planejamento da capacidade e os sistemas avançados de planejamento, conforme o caso.

Demanda é a quantidade e o prazo dos pedidos e previsões dos clientes. Todo o planejamento e execução (atividade) de uma organização industrial visa atender à demanda. O planejamento e a gestão da demanda são os processos e aplicativos que aceitam, reconhecem e processam as informações da demanda. A função de planejamento da demanda faz previsões da demanda futura e trabalha com o planejamento de materiais e da produção para dar condições à empresa de atender a essa demanda futura. A gestão da demanda também trabalha com marketing, vendas e distribuição para entender as fontes e influências sobre a demanda e criar programas para moldá-la, melhorar as vendas e utilizar melhor os recursos disponíveis.

APS é um dos termos usados para identificar os modernos mecanismos de planejamento que incorporam lógica avançada, como a otimização, para criar um plano viável e simultâneo para a capacidade e os materiais. Termo um pouco nebuloso, o APS também pode incluir funções e aplicativos de planejamento da cadeia de suprimentos, como planejamento e gestão da demanda, planejamento de distribuição e programação finita, entre outros. A característica comum é o emprego de heurísticas, otimização, modelagem e outros mecanismos de cálculo sofisticados.

A lista técnica (LT) é a definição estruturada das relações entre itens, como produtos, montagens, peças e unidades e os materiais, as peças e os componentes que eles contêm. Normalmente, a lista técnica é descrita em termos das relações diretas entre componentes que podem ser encadeadas em listas multiníveis. As listas técnicas também são denominadas “estrutura do produto”.

Os sistemas básicos de MRP se limitam ao planejamento da necessidade de matéria-prima com base em suposições fixas, como prazos-padrão. Quando se planeja uma ordem de serviço, a recomendação é começar o processo de produção um certo número de dias (o prazo-padrão) antes da data de vencimento. Assume-se que sempre há capacidade suficiente disponível – o chamado pressuposto de capacidade infinita.

 

Depois da geração do plano básico de MRP, vem um processo separado de planejamento da capacidade, que vai detectar e relatar conflitos de programação, como planejar vários serviços a serem executados na mesma máquina simultaneamente. Os usuários têm de resolver manualmente esses conflitos de recursos fora do sistema de planejamento. No entanto, os modernos mecanismos de planejamento, como sistemas de planejamento avançados ou APS, calculam capacidade e matéria-prima ao mesmo tempo e, assim, identificam a natureza finita da capacidade.

A Teoria das Restrições (ToC, Theory of Constraints) é uma ideia da física trazida para a gestão industrial por Eli Goldratt em seu livro A Meta (1984). A ToC postula que a produção nunca avança mais depressa do que o recurso (máquina ou centro de trabalho) mais lento da fábrica; portanto, a gestão eficaz deve se concentrar somente na exploração e na solução desse gargalo. A abordagem da gestão da produção baseada nesse pressuposto básico, com muitas ferramentas visuais envolvidas, foi incorporada a alguns sistemas ERP/MRP para melhorar a programação e o workflow.

Just-in-time (JIT) é o nome simplificado do Toyota Production System, a abordagem à gestão da produção desenvolvida por montadoras japonesas na década de 1980 que depende do trabalho padrão (processos rígidos com pouco espaço para variação), alta qualidade e controle visual e manual (Kanban). A abordagem foi popularizada no ocidente pelo livro A máquina que mudou o mundo, de Womack, Jones e Roos (1990). Antes considerado incompatível com o MRP, hoje muitos sistemas MRP incorporam o Kanban eletrônico (e físico) ao reabastecimento do estoque da fábrica. Observe que o termo JIT pode ser aplicado a qualquer sistema ou estratégia que vise trazer o material pouco antes de ser necessário e, assim, reduzir o estoque. Essencialmente, MRP, MRP II, ERP, APS, DDMRP e quase todos os sistemas de planejamento e controle de produção são JIT.

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